No segmento de investimentos, o banco acredita que com a menor competição por ativos haveria uma redução de 20% de despesas
Fonte: Valor Investe
Por Beth Koike, Valor — São Paulo
O Credit Suisse estima que uma combinação entre Hapvida e NotreDame Intermédica (GNDI) poderia resultar numa redução de despesas gerais em R$ 500 milhões, o que representa 50% das despesas atuais da Intermédica.
Na linha de investimentos, o banco acredita que com a menor competição por ativos haveria uma redução de 20%.
Em relação à estratégia comercial, o Credit acredita que a fusão levaria a uma melhor oferta de planos de saúde.
“Acreditamos que a oferta de planos individuais do GNDI pode chegar a 15% de sua base até 2029. A Hapvida, atualmente, tem cerca de 26% de seus beneficiários em planos individuais. O melhor ingresso de planos individuais poderia melhorar progressivamente a taxa de sinistralidade para 66% em 2029, uma redução de 4 pontos percentuais”, informa relatório do Credit Suisse, assinado por Maurício Cepeda.
O analista do banco destaca ainda que há espaço considerável para planos individuais em São Paulo e no Rio de Janeiro como visto no crescimento recente da Prevent Senior. “Além disso, a oferta de planos de saúde de cobertura nacional poderia aumentar a base de beneficiários corporativos em 2% em relação às nossas projeções atuais”, informa Cepeda.
Ele estima que a fusão agregaria R$ 40 bilhões em valor de mercado à nova companhia combinada.
Se a transação entre as duas operadoras verticalizadas for concluída, a nova empresa passa a ter cerca de 15% do mercado de convênio médico, o que representa 1,8 vezes a mais do que a carteira da Bradesco Saúde e duas vezes acima da Amil.
O analista lembra ainda que as operadoras atuam em regiões distintas do país e a sobreposição se dá em Belo Horizonte, onde as duas companhias entraram recentemente.
Ainda segundo Cepeda, existem regiões como, por exemplo, as grandes cidades do Sul em que as duas operadoras não têm presença e que seria uma possibilidade de expansão via aquisições.
“Uma fusão diminui o desejo de adquirir pagadores menores, já que outros concorrentes não seguem o mesmo modelo de negócios, possivelmente exceto para Prevent Senior”, disse Cepeda.
Este conteúdo foi publicado originalmente no Valor PRO.